segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Sinto as pernas a tremer e o mundo a desabar à minha volta. Que se passa? Perdi toda a razão e passei totalmente a pensar com o mais mortífero de todos os nossos órgãos, o coração. Eu quero largar-me deste desejo sem fim mas não consigo! Estou demasiado envolvida e a sede de prazer apodera-se de mim. Para quê olhar para trás e querer tudo de volta? Não sei, não sei mesmo. Porque não vale a pena. O que aconteceu no passado é conjugado no pretérito perfeito e não pode ser conjugado novamente no futuro. O verbo amar já não pode existir entre nós, é um erro, é uma loucura. Um loucura da qual eu sou prisioneira e não há meio de me soltar dela. Sou prisioneira do meu próprio prazer. Já não sei mais em quantos sentidos te quero porque afinal de contas eu preciso de ti em tudo, eu revejo-te juntamente com tudo o que passamos e sentimos nas coisas mais inúteis e sem sentido. Estás tão presente mas fazes parte do passado e não te posso deixar entrar no meu futuro. Preciso de algo novo, de descobrir um novo sentimento mas para isso preciso de alguém, alguém que saiba melhor ainda do que tu soubeste (considero-o impossível) cativar-me. Duvido encontrar alguém a quem lhe baste um sorriso para me levantar a moral sem contar. Aos meus olhos és perfeito, és aquilo. Mas não podes. Os meus olhos estão possuídos por o amor que me encheu totalmente, esse amor por ti que não me deixa continuar. Eu sempre fui um autêntico mar para que é que me transformaste num pequeno lago de águas turvas e paradas? Sinto-me a morrer aos poucos, não aos olhos de toda a gente, mas sim aos sentidos do meu coração. Ele já não vê, cegou de amor, ele já não ouve ninguém porque tem medo de mais desilusões, ele já só sente o teu cheiro e apenas sente, sente este sentimento inacabável que nem a razão consegue compreender. Poder não basta, também é preciso querer.