Mal me quer, bem me quer, mal me quer, bem me quer. Se ao menos me tivessem dado o dom de adivinhar os sentimentos das outras pessoas quando elas se instalam no meu coração, tudo era muito mais fácil. É que já não sei de quantas maneiras mais vou conseguir descodificar o que escondes atrás do teu olhar inocente. Para quê comunicar pela mais complicada das linguagens, que é a de partilha de olhares, em vez de simplesmente partilhar-mos palavras, tal como fazem os outros? Acho que é mesmo por nós não sermos os outros e sermos especiais. Mas eu penso com o coração e o meu coração está na boca, não sabe estar calado de maneira alguma. Só não fala quando é preciso, quando o momento pode fugir e ele se sente demasiado entusiasmado para transpor isso em palavras. Coração estúpido. Estúpido e iludido. Não aprende que quanto mais se agarra às pessoas mais elas o atacam e magoam. E por isto mesmo, não sou a pessoa indicada para dizer se somos ou não especiais, prefiro apenas dizer que estamos unidos pelo coração, como siameses que mesmo não estando juntos, sabem sempre onde se encontrar. Sabes o que te vou dizer quando te encontrar outra vez? Eu também não, mas ele sim.