sexta-feira, 29 de abril de 2011

pontos finais e outros que tais.

Às vezes gostava de perceber porque é que gostas de me manter presa a ti se o que nos unia já acabou há muito tempo. Aliás, nem sei se alguma vez estivemos unidos. Cá para mim esse fio invisível só fui eu que o criei e era alimentado pelo amor que tinha por ti. No entanto, insistes em agarrar-me com toda a tua força, tentando meter-me na cabeça que és louco por mim e que nunca vamos deixar a nossa história acabar. Podes enganar tudo, menos o coração. Esse consegue sentir o que tu queres a quilómetros de distância meu querido, e mais tarde ou mais cedo acaba sempre por conseguir mandar-te para bem longe, para um lugar onde ele não consiga voltar a sentir o teu toque ou simplesmente sentir-te a ti. Posso dizer-te que ele ainda te conhece de cor e sabe distinguir-te no meio da multidão sem precisar de te ter por perto, mas isso é o mínimo que se pode esperar de um amor tão grande, não achas? É irónico perguntar-te isto. Logo a ti, que nunca aprendeste a definição de amor, quanto mais conseguires senti-lo. Só quem consegue pegar no coração de alguém e molda-lo devagar e com todo o carinho, é que sabe o que é amar, e tu entras na vida das pessoas mantendo uma capa invisível a volta do teu coração para não deixares as pessoas lá entrar. Tens medo de te apaixonar a sério e depois não conseguir dar a volta por cima, mas acho que isso viste pelo que aconteceu comigo em relação a ti, não é? Pois bem, já dei a volta por cima, mas tens de ser tu a escrever a ultima página da nossa história. Eu já escrevi demais e estou cansada. Além disso, quero ver se consegues ser tão homem a deixar as tuas palavras eternizadas, como és a dá-las ao vento para ele as levar. 

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Arrumações da vida

Quando quiseres seguir a tua vida e reconstruí-la toda do zero, lembra-te que para isso tens de arrumar primeiro o passado. Pegar nele, juntá-lo a todas as tuas recordações e, com muito cuidado, guardá-lo numa mala que vais guardar debaixo da tua cama. Não vale de nada ficar sem o que já aconteceu porque foi isso que nos moldou ao que somos agora. Por pior que tenha sido, há sempre boas recordações. E por muito que queiras esquecer tudo, o teu coração não vai deixar porque ele faz questão de manter cada momento e cada palavra com ele, mesmo as coisinhas de que já ninguém se lembra. Funciona como uma caixa Pandora que deixa entrar quem quer, mas a partir do momento que se está lá dentro, nunca mais se sai. Por isso mesmo é que nós nunca esquecemos um grande amor, apenas o substituímos com todo o cuidado e dedicação, por um maior. Eu já arrumei a minha mala e a guardei, de que estás à espera?!