quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Contos de fadas

Na primeira página da nossa história prometemos mundos e fundos, promessas que podíamos nunca cumprir mas que ficaram lá eternamente escritas para que ao menos ficasse marcada essa intenção. Escrevíamos amor e mostrávamos paixão, tínhamos o poder de duas crianças com um coração cheio e pronto para ser tocado por outra alma. Tudo só na primeira página. Como a introdução de uma bonita história de amor. Sim, é isso mesmo. Falamos sempre nesse tom surdo que só nós ouvíamos para que ninguém descobrisse os nossos segredos e tudo aquilo que queríamos partilhar. Vais-me dizer que já te esqueceste de tudo isso? Eu sei que não, sei que quando passas pelos sítios que partilhamos, ainda te lembras de mim, lembraste e sentes aquela vontade infinita de me agarrar e nunca mais largar. Não significa que ainda nos amemos, mas esse sentimento de carinho e a posição que marcamos um para o outro nunca vai mudar, mesmo que hoje já não sejas quem eras para mim. Tudo mudou e já temos a nossa história de princesas e príncipes acabada, mas é bom pegar no nosso livro e lê-lo de uma ponta a outra sentindo-me em casa, conhecendo-o melhor que ninguém e sentido cada palavra como se fosse a coisa mais preciosa que alguma vez alguém disse. Vou guardar esse livro juntamente com tudo aquilo que a ti diz respeito e sempre guardarei com o maior dos amores e considerações, para sempre. Um homem não faz vingar a sua posição na vida de uma mulher por aquilo que faz ou tem, mas sim por aquilo que sente e demonstra. Tão simples quanto isto.