sábado, 25 de dezembro de 2010

Artesãos do coração

Como quem diz que o amor é algo que não se escolhe, eu digo que é algo que já vem destinado. Ele sabe desde sempre o coração que quer encher, mesmo quando nós insistimos em negá-lo. Nós, mulheres, temos a mania de adiar. Adiamos ao máximo as decisões, mesmo quando elas já estão tomadas, mas cá para mim, a isso dá-se o nome de zona de segurança. Para os homens, isso não existe. Andam numa tentativa e erro constante, em vez de adiarem antecipam, ao menos sabem que não desistiram sem tentar. Isto é mais o instinto a responder, são predadores de raça e homens de nome, dito isto, não há nada a acrescentar.
Mesmo assim, dentro dos homens há dois tipos: os racionais e os irracionais. Os racionais, são artesãos autênticos. Pegam no amor das mulheres e transformam-no na sua vida. Entram na nossa vida com pezinhos de lã, muito cautelosos e quase sem darmos por eles, e quando vamos a ver já estão instalados na nossa alma e coração. Os irracionais são os tais que se atiram de cabeça como se não houvesse amanhã. Precisam de andar sempre de capacete em punho, porque não sabem ao certo em que momento a queda vai acontecer no sítio errado e, normalmente, na única vez que pensam bem antes de se atirar, é quando se magoam mais.
Sinceramente? Estou à espera do meu artesão. Aquele que entra com pezinhos de lã, muito cauteloso e sem dar por ele, para ver se pega mesmo no amor que tenho guardado comigo e o transforma à maneira dele. Cá para mim, ele está mesmo à minha beira, eu é que ainda não o vi, mas gostava, porque afinal de contas, dois corações trabalham melhor que um. 

domingo, 21 de novembro de 2010

Amor e jeito

Não existe apenas uma pessoa certa para cada pessoa. O que acontece é que nós só temos tempo para encontrar uma pessoa que encaixe total ou, pelo menos, parcialmente connosco. E há muita gente que nem sequer consegue encontrar uma dessas pessoas. Parece que só têm pontaria para as pessoas menos certas que no fundo acabam por preencher as almas alheias, mas não completamente. É preciso saber reconhecer as pessoas, mas se nunca sentimos a nossa alma e o nosso coração completos antes, como é que vamos saber se já está ou não? É complicado, mas ainda assim, há quem consiga. Eu gostava muito de conseguir isso por uma questão de poupar o meu coração. Ele já começa a ficar farto de pessoas erradas, que acabam por o habitar da maneira errada e de o usar como bem querem. E isto não é assim, porque ele precisa de alguém que saiba perfeitamente como tratá-lo, como agarrar nele e molda-lo como é preciso. É tudo uma questão de jeito, jeito e amor. É pena ser tão raro ter as duas coisas juntas numa só pessoa, se não, eu já era uma princesa com um príncipe e um castelo, além disso, já tinha a minha história na mão de muitas crianças para que elas vissem que sim, o amor existe.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Contos de fadas

Na primeira página da nossa história prometemos mundos e fundos, promessas que podíamos nunca cumprir mas que ficaram lá eternamente escritas para que ao menos ficasse marcada essa intenção. Escrevíamos amor e mostrávamos paixão, tínhamos o poder de duas crianças com um coração cheio e pronto para ser tocado por outra alma. Tudo só na primeira página. Como a introdução de uma bonita história de amor. Sim, é isso mesmo. Falamos sempre nesse tom surdo que só nós ouvíamos para que ninguém descobrisse os nossos segredos e tudo aquilo que queríamos partilhar. Vais-me dizer que já te esqueceste de tudo isso? Eu sei que não, sei que quando passas pelos sítios que partilhamos, ainda te lembras de mim, lembraste e sentes aquela vontade infinita de me agarrar e nunca mais largar. Não significa que ainda nos amemos, mas esse sentimento de carinho e a posição que marcamos um para o outro nunca vai mudar, mesmo que hoje já não sejas quem eras para mim. Tudo mudou e já temos a nossa história de princesas e príncipes acabada, mas é bom pegar no nosso livro e lê-lo de uma ponta a outra sentindo-me em casa, conhecendo-o melhor que ninguém e sentido cada palavra como se fosse a coisa mais preciosa que alguma vez alguém disse. Vou guardar esse livro juntamente com tudo aquilo que a ti diz respeito e sempre guardarei com o maior dos amores e considerações, para sempre. Um homem não faz vingar a sua posição na vida de uma mulher por aquilo que faz ou tem, mas sim por aquilo que sente e demonstra. Tão simples quanto isto.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

memórias


Quando não tiveres nada que te ocupe o tempo e tenhas saudades nossas, pega na nossa caixa de pandora e vasculha lá muito bem. É sempre bom reviver o passado, pelo menos o passado que nos preencheu o coração e a alma durante uma pequena vida. Aposto contigo que vais encontrar coisas que nunca pensaste que poderiam existir, mas te garanto que existiram e foi graças a nós. Agora que já deixaste o meu coração, consegui olhar para ti como tu és realmente e consegui perceber também que fui uma santa. Sim, fui. Porque acreditei em ti, em toda a tua boa vontade, em todo o amor que tu falavas mas não demonstravas. Acreditei porque te amava, porque me recusava a ver que tu não podias ser perfeito, tal como não és. Irónico não é? Quanto mais amamos as pessoas, menos as conhecemos. Ou melhor, menos nos recusamos a conhece-las. Mas como diz o ditado, mais vale tarde do que nunca e agora já consigo ver a tua versatilidade com o lado feminino e a tua tão grande falta de amor. É triste chegar ao fim e ver que nada ficou contigo. Quer dizer, só ficou o que te convém, enquanto que eu tenho tudo guardado na mais infinita de todas as caixas. Se quiseres, quando não tiveres mesmo nada que te ocupe o tempo, podes pedir-me tudo isso. Eu empresto-te, pode ser que queiras guardar mais qualquer coisa e nem precisas de ter saudades nossas.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Finalmente.

Parece que chegou o dia. O dia em que eu arrumo as nossas memórias e te arrumo a ti num capítulo da minha vida. Demorou muito tempo, é certo, mas valeu a pena. Agora, sou outra pessoa no mesmo espaço e na mesma vida, mas com o coração mais cheio e disponível. Já percebi, finalmente, que não existem homens certos para cada mulher, existe apenas um homem que é capaz de nos pôr a fazer as escolhas acertadas e que nos cativa o coração. É tão simples quanto isto. O problema é que as mulheres gostam de transformar histórias de amor iguais a tantas outras, em histórias de principes e princesas, com um final feliz e muito amor pelo meio. Não posso condenar ninguém, porque também sou assim e já percebi que só vemos os defeitos dos nossos homens, quando já os temos longe do coração. Apesar de tudo isto, eu sei que ainda vou encontrar alguém que me aqueça o coração, que consiga trazer-me a paz que preciso e a loucura que me faz falta, mas até lá, espero, pacientemente e sem esperar, porque esperar é para quem tem tempo, mas para mim, ele nunca é suficiente. 

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Coração estupido

     Mal me quer, bem me quer, mal me quer, bem me quer. Se ao menos me tivessem dado o dom de adivinhar os sentimentos das outras pessoas quando elas se instalam no meu coração, tudo era muito mais fácil. É que já não sei de quantas maneiras mais vou conseguir descodificar o que escondes atrás do teu olhar  inocente. Para quê comunicar pela mais complicada das linguagens, que é a de partilha de olhares, em vez de simplesmente partilhar-mos palavras, tal como fazem os outros? Acho que é mesmo por nós não sermos os outros e sermos especiais. Mas eu penso com o coração e o meu coração está na boca, não sabe estar calado de maneira alguma. Só não fala quando é preciso, quando o momento pode fugir e ele se sente demasiado entusiasmado para transpor isso em palavras. Coração estúpido. Estúpido e iludido. Não aprende que quanto mais se agarra às pessoas mais elas o atacam e magoam. E por isto mesmo, não sou a pessoa indicada para dizer se somos ou não especiais, prefiro apenas dizer que estamos unidos pelo coração, como siameses que mesmo não estando juntos, sabem sempre onde se encontrar. Sabes o que te vou dizer quando te encontrar outra vez? Eu também não, mas ele sim.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

amores e outros que tais

     Começo a pensar que enlouqueci de vez, que alguém me lavou a alma sem eu perceber e comecei a acreditar em histórias de encantar. A idade da estupidez já passou, já devia ter aprendido que o amor à primeira vista não existe, tal como os amores perfeitos. O que existe são trocas de corações e de almas, é isso. Não podemos confundir as coisas. O amor acaba, ou simplesmente se vai apagando com a erosão do tempo e da rotina, mas essas trocas ficam eternizadas porque dá-mos o nosso coração e recebemos um novo, que bate mais forte e desalinhado de cada vez que nos cruzamos com o nosso, que faz tremer as mãos e as pernas e nos deixa as palavras presas na garganta. Deixamos de ser nós, passamos a ser o que resta de nós e o outro, numa união quase perfeita que vai mudando de cada vez que dá-mos o coração que temos. 
     É assim que vou tentando perceber tudo o que se passou. Não sei por que nome te chamar, não sei como chegaste até mim nem sei porque chegaste, apenas sei que bates em mim, com toda a força e todo o sentimento tão característico do mistério e da paixão. Todas as noites, em silêncio, faço-te todas as perguntas que ecoam na minha cabeça. Não tenho respostas, e as que tenho são imaginadas conforme eu gostava que fossem verdade. Mas um dia, vou a correr atrás de ti, vou-te puxar pê-lo braço e vou-ter encher de perguntas, vou-te dizer tudo o que o meu coração tem guardado e quem sabe não te agarre para sempre.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

best friend always



Hoje olho para ti e estás um homem feito. Cresceste tanto por fora como por dentro, o que me faz ter o maior dos orgulhos em ti. Mas por mais que cresças e te percas por entre toda a gente que vai entrar e sair da tua vida, não vais perder essa tua eterna cara de menino pequeno, com o teu sorriso mais sincero, o teu olhar mais inocente e o teu coração mais puro. Tens a alma de uma criança sonhadora com vontade de revirar o mundo, e de facto tu revira-lo. Pelo menos o meu, que já conheces melhor do que eu própria. Foi há pouco tempo que descobri o fio invisível que nos une. Junta coração com coração e alma com alma fazendo com que estejamos tão próximos quanto afastados estamos.
É à noite quando mais procuro o teu sorriso por entre as estrelas. Ele aconchega-me e eleva-me à voz dos Deuses que me conduzem pelo caminho certo, tal como tu. Foste tu que me ensinaste este dom, que pouca gente detém. Ensinaste-mo nas entrelinhas dos teus mais sinceros desabafos, por isso é normal que não te lembres. Também aprendi, com as tuas faltas de presença, não com a tua ausência porque nunca o estiveste, a ir buscar a todas as minhas defesas o ataque contra aqueles que insistem em me magoar.
Eu podia-te chamar simplesmente amigo, amigo especial talvez. Mas tu és mais, muito mais. És o melhor de todos os homens, a melhor de todas as pessoas e o melhor de mim. És o meu irmão, o irmão mais velho que nunca tive e que me protege, com toda a força que tem, com todo o amor que consegue dar.
Obrigada, muito obrigada por seres quem és e por fazeres de mim quem sou. Um dia destes, abraço-te com toda a força que tenho enquanto deixo que pegues em mim ao colo e vou gritar bem alto que te amo, melhor amigo. És o mundo que se intercepta com o meu numa sintonia celestial digna dos Deuses. Parabéns melhor pessoa do mundo, eu amo-te 

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Palavras para quê?

     Tenho-te guardado no mais infinito dos espaços. Todos os dias, com toda a minha paciência típica das mulheres apaixonadas, vou lá dar-te um beijo de bom dia enquanto ainda estás a acordar. Abraço-te com toda a força e despeço-me, porque não posso permitir ao meu coração aconchegar-se de novo ao sabor da tua companhia. Foi a maneira que arranjei de te esquecer. Estúpido não achas? Pelo menos sempre me sinto mais independente e sei que aos bocados vou acabar com toda a dependência que sinto pelo teu amor. É esse o grande problema das mulheres. Quando amam, dependem do amor do outro e aí, é como um vício que demora um tempo infinito a curar. Somos como alcoólicas do amor. 
     Eu sei que de nada serve estar a explicar tudo o que sinto por palavras, porque palavras são palavras e não passam de palavras. Elas não sentem, elas não agem, elas não demonstram. Apenas materializam, aproximam-se da realidade e dão forma aquilo que podemos pensar. Mas elas são traiçoeiras, nós podemos brincar com elas, mas são elas que mais nos enganam. Por isso, sempre que venhas cá matar saudades das coisas que eu te dizia antes de apenas te visitar no teu espaço, entende cada palavra da maneira que tu sabes que eu a entenderia, não com o significado que ela parece ter à primeira vista. Mais uma coisa, eu amo-te.

domingo, 1 de agosto de 2010

Bonecas descartáveis e outras que tais

     Hoje acordei com a maior vontade do mundo de te mostrar todas as memórias em que te guardei e de te dizer tudo o que fechei em mim durante todo estes tempo, apenas libertado pelas lágrimas que chorei. És e sempre serás um eterno amante de mulheres, um conquistador nato que se recusa a se agarrar a uma só mulher, mesmo sabendo que é a mulher da vida dele. Preferes ter um leque de escolhas que te deixa variar conforme queiras, de mulher para mulher. 
     Dedicas-te a cada uma delas de tal maneira, que convences qualquer uma a conhecer o quão confortável é a tua cama ou então preferes levá-las até à cama de um hotel manhoso a que recorres quando não passa de apenas uma noite de desejo. Mas eu sei que isso é apenas uma armadura que usas para te proteger de um dia seres como aqueles casais, que no início, conseguem ver tudo perfeito, mas que com o avanço dos anos não resistem à erosão do tempo e caem na rotina que acaba sempre por preencher os dias com coisas completamente cheias de nada e de coisa nenhuma. 
     Eu sei que fui diferente de todas essas tuas bonecas descartáveis. Amavas-me mais do que tentavas mostrar, exactamente para te poderes esconder por detrás da tua armadura, tal como as avestruzes quando metem a cabeça debaixo de terra quando têm medo. Mas eu conheço-te, secalhar melhor do que tu próprio, e não sabes disfarçar a maneira como me destacas das outras. Comigo, dispensas todo o tempo necessário, tempo que para ti é precioso, mas com elas tens tudo contado até ao último minuto. Comigo, gastas esse tempo a dar-me a conhecer os teus segredos, os que trazes sempre guardados na tua caixa de Pandora como um tesouro intocável, mas com elas dispensas esse tempo apenas para lhes levantares as saias quando te queres esconder do teu coração. 
     Às vezes gostava que me desses de vez o teu coração e amarrasses o teu barco no meu porto de uma vez por todas. Já tens o teu lugar à espera há demasiado tempo, e podes demorar o que quiseres porque será sempre teu e nunca vou deixar que o ocupem por ti. Mesmo assim, insisto que deixes o teu coração encontrar-te, andais desencontrados à demasiado tempo e precisas de lhe dar ouvidos. Atira a tua lista de bonecas descartáveis e outras que tais para o outro lado da cidade, sem remorsos nem medo de um dia vires a precisar dela. Ouve com atenção o que o teu coração te diz, ele nunca se engana. O meu já me disse que tu um dia virias, será que o teu te vai dizer em que dia?

quarta-feira, 28 de julho de 2010

O antes, o depois e o ainda

     Diz-me baixinho ao ouvido, mais uma vez, que me amas até me convenceres realmente disso. Preciso de ouvir isso sair da tua boca porque talvez seja a única maneira de sentir essa palavra chegar até mim pura e vivida, como se já a esgotáramos de tanto a viver. Eu bem te queria poder dizer o que sinto por ti, mas ainda ninguém até agora conseguiu dar forma a tamanho sentimento, ninguém sequer se atreveu a tal. No momento em que trocamos de olhares, trocamos também de corações ainda te lembras? Ficaste com o sorriso típico de puto apaixonado que eu nunca te conhecera até então e que me marcou até agora, sem nunca mais o perderes quando somos só nós. Só ainda não percebi é  se ficas com ele pelo que sentes ou por mim, é uma dúvida que persiste em mim, mas que também não sei se vale muito a pena esclarecer. Quando não sabemos o significado das coisas boas, mais vale não esclarecer esse mistério por uma questão de não lhes retirar toda a magia que possuem.
     Tu sempre foste uma coisa boa, até quando eu chorava dias a fio por teres sido um autentico idiota. Mas com o tempo aprendi que isso faz parte do teu currículo, das tuas habilitações para as relações e não consegues evitar. Os teus gestos e as tuas palavras é que têm culpa nisso porque saem disparadas, egoístas aos outros e totalmente egocêntricas. Acho que ainda gosto de ti porque continuo a gostar de gostar de ti, a gostar de gostar do teu cheiro, do teu corpo, do teu sorriso e do teu amor. Tu ainda não morreste de uma vez por todas no meu coração simplesmente porque eu ainda espero muito de ti, tal como sempre. Desculpa se acabei sempre por querer demais por ti e dar a menos. Talvez essa fosse uma das razões que te levou à exaustão e para longe de mim. Se voltasse atrás? Dava-te muito mais do que te pediria, podes ter a certeza. Agora também não vale de nada estar com sentimentos de culpa e arrependimentos, porque o amor é um jogo com início, fim e muitas dificuldades pelo meio, nós cumprimos todas as regras, menos uma: a de continuar a jogar mesmo depois do fim do jogo. 

terça-feira, 27 de julho de 2010

Casa , outra vez

     Acho que descobri uma coisa, uma coisa que já tinha descoberto há muito até, mas que não sabia. Quando me abraças e me deixas ficar ali, até quase adormecer, a sentir o teu cheiro e o teu toque que tão bem eu já conheço, sinto-me mais protegida do que nunca. Como se tivesse a certeza que, enquanto me apertas com a tua maior força e carinho, nada de mal me pode acontecer. E cada vez mais, quero esse abraço que em tantas noites já foi o meu porto de abrigo, quando mais precisei de ser protegida de mim e dos outros. Gostava de saber como consegues isso, juro-te. És o único que em cada abraço me faz sentir como se regressasse a casa, até mesmo sem regressar. Tu bem sabes o que eu quero dizer e mais não digo. 
     Espero que nunca percas esse dom e de preferência que eu também não perca o meu lugar nessa casa que me recebe sempre, mesmo sem eu pedir. Posso-te pedir um favor? Volta a envolver-me e deixa-me adormecer encostada ao teu peito enquanto vemos a lua procurar o seu lugar no meio das estrelas, tal como eu faço no meio dos teus braços. 

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Better half

     Acho que tens uma coisa que me pertence e da qual eu preciso para voltar à minha vida que tanto preciso. Pensavas que eu ia deixar que ficasses com o meu coração para sempre? Não meu querido, quando as coisas vão há sempre um dia em que elas regressam à sua natureza e não ia abrir uma excepção só para ti. Agradeço-te da maneira mais infinita o tempo todo em que o guardaste contigo, sempre sem deixares que lhe tocassem ou ferissem, mas acabaste por ser tu a fazer a maior de todas as feridas. Finalmente me apercebi que não é ao deixá-lo contigo que as feridas vão sarar, esse papel tenho de ser eu a desempenhá-lo. 
     Peço-te que o voltes a colocar no lugar da mesma maneira dócil com que o tiraste. Tu és capaz disso porque faz parte de ti, da maneira como foste educado e do que aprendeste com as raparigas que se foram cruzando contigo ao passar dos anos. Sei que eu não fui excepção e assimilaste tudo o que te pude ensinar, para aos poucos e poucos ires sendo o rapaz dos sonhos de qualquer rapariga. Mas enquanto não lavares a cara para tirar todos os defeitos que nela tens estampados e aprenderes a camufla-los, não vais conseguir, por muito que tu aprendas. E lembra-te, o homem perfeito não existe, existe apenas um homem para cada mulher, mas são raros os pares perfeitos que se encontram e se reconhecem. Leva tempo e a maior parte das pessoas já não tem tempo para esperar pelo amor nem pela felicidade, preferem conformar-se com as vidas que foram tentando arranjar, muito de cabeça no ar, nos intervalos entre o trabalho e outras coisas às quais elas definem como importantes.Como se esperar pelo amor também não fosse importante... Mas bem, tu ainda vais encontrar a tua metade, e ela vai-te aceitar pelo que és, mesmo com os defeitos todos à mostra.  

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Toca-corações


     Tenho uma coisa para te contar, mas não sei bem por onde começar nem as palavras certas a utilizar. Tens de perceber que não é fácil escolher as palavras certas para ti porque estas vêm carregadas de milhares de significados e tenho medo que tu escolhas o que te convém e não o que realmente lhe atribuí. Por isso, quando ouvires o que te tenho a dizer peço-te que te ponhas no meu lugar, penses como eu e sintas como eu. Eu sei que tu és capaz disso, aliás, quem vive tanto tempo no coração de outra pessoa acaba por conhecê-la em todos os modos e sentidos. É como se se tratasse de um intercâmbio de emoções e vivências, sem medo algum de tudo o que possa ser partilhado. 
     Espero bem que tenhas percebido o que te quis dizer até agora até porque vais mesmo precisar disso. Pensa como o meu coração pensaria, entende como eu entenderia e responde como só tu és capaz de fazer, com todo o teu carinho e respeito. O meu coração ainda bate por ti, a minha pele ainda transpira o teu cheiro, a minha mão ainda conhece o teu corpo e o meu corpo ainda está apaixonado pelo teu, como se fosses uma droga e eu a toxicodependente que anseia por te tomar. Curioso não é? Mas continua a ouvir com muita atenção e não te limites a ouvir, escuta também. Apesar de tudo isso e de te considerar um pilar na minha vida, se não mesmo o pilar dela, não me vou permitir voltar a tomar uma dose tua e depois ter que passar o resto dos dias de ressaca e a pedir desesperadamente mais um bocado. Não posso, se não a minha vida vai-se basear em pequenos bocados de nada que só servem para saciar o desejo animal que qualquer ser humano sente. Espero com isto que tenhas recebido a mensagem pois não tenciono dizer-te mais nada até ao dia em que nos cruzemos novamente e te volte a conhecer, como se fosses apenas mais um desconhecido que me tocou o coração. 

quinta-feira, 15 de julho de 2010

A regra do amor


      Queria-te convidar a saíres da minha vida. Desta vez é definitivo e não te deixo entrar de novo como em tantas outras vezes isso aconteceu. Já deixei de te querer ao meu lado, por muito que o meu coração insista no contrário. Ele ainda te deseja por perto, ainda quer sentir o teu cheiro e o teu toque. Anseia a cada minuto que voltes e trates dele, lhe cures as ferias e o enchas de novo. Mas desta vez, sou eu que não vou permitir isso. Quero dar-lhe a conhecer o toque, o cheiro e o amor do homem certo porque é disso que ele precisa mesmo. Já chega de se habituar a falsos carinhos e se deixar magoar por cada erro de percurso que eu sofro. Sim, tu foste um erro de percurso, tal como grande parte dos homens são para grande parte das mulheres. Cada vez percebo mais que o amor é como as modas. Se a moda for amar de verdade, como há uns anos atrás era, os casais são felizes e se não o são fingem-no para se salvaguardar, mas hoje em dia a moda é amar só e quando tudo rui já não se esforçam para manter nem as aparências. Passamos a viver demasiado centrados em nós e no nosso umbigo e esquecemo-nos que se calhar há mais uns quantos umbigos que precisam de nós. E o amor precisa disso, precisa de ser nutrido todos os dias e precisa de nutrir quem acha que precisa. É a regra do amor e ninguém, nunca, a vai conseguir mudar porque é eterna.  
      
     

terça-feira, 13 de julho de 2010

O bê-à-bá do amor

     Hoje decidi fazer um balanço da minha vida sentimental. Não que precisasse de o fazer, apenas quero largar de uma vez por todas o que passou para poder enfrentar o futuro. Eu sei que há alguém à minha espera, alguém que todos os dias me procura em cada canto e esquina e chama pelo meu nome mesmo sem o saber. Gostava de saber o nome dessa pessoa, porque sei que um dia esse mesmo alguém me vai dar de novo o mundo. Não vai ser como tu que me prometia as estrelas e depois esquecia-se, este alguém não precisa de mas prometer porque se vai sentar comigo, com toda a paciência e carinho dos homens apaixonados, e vai ficar horas a fio a meu lado a olhar para elas. Amar não implica só dar, também precisa de tempo dispensado para os pequenos nadas que nos rodeiam, é ter paciência para quem precisa dela e ter o coração cheio de amor para se poder dar. E enquanto não se der um bocado de nós a quem amamos, não podemos esperar nada em troca. 
     Quando queremos mesmo esquecer uma pessoa, precisamos de muito mais do que dizer é hoje que vou deitar tudo para trás das costas e esperar que o tempo trabalhe exaustivamente por nós. Não pode ser. Temos de ser nós a arregaçar as mangas, guardar todas as memórias numa caixa e mandá-las para o meio do nada sem medo de que elas fiquem lá esquecidas para sempre. No meio de todas essas memórias temos também de deixar ir todo o amor que guardamos com tanto carinho porque este não se pode guardar em circunstancia alguma. Das duas uma, ou o dá-mos a alguém ou então ele vai-nos magoar por dentro, vai fazer o coração sangrar e ficar todo cheio de feridas que com o passar do tempo vamos curando, mas que nunca chegam a sarar. Não enquanto esse amor já tão corruido pela solidão e pela prisão a que está sujeito não for libertado. É preciso tirá-lo do coração, mas principalmente da mente, porque enquanto não aprendemos a separar o coração da cabeça, ele prenderá sempre esse amor enquanto ele permanecer sob a nossa razão. 
     És aquilo a que eu chamo um passado-presente. Espero não ter de te acrescentar futuro porque o que não resulta à primeira, não vai resultar nem à segunda nem a terceira. As pessoas ou funcionam logo ou nunca funcionarão de verdade. É uma questão de básica do ser humano e que não vale de nada ironizar e muito menos tentar disfarçar. Por vezes quando queremos muito uma coisa, nós, mulheres, gostamos de por sempre um mas ou um se porque acreditamos que o que acontece às outras não nos acontece a nós e o nosso homem é que é. Mas hoje em dia já não existem homens perfeitos tal como não existem pessoas honestas, e quando se erra uma, duas, três vezes seguidas e se persiste sempre no mesmo erro, minhas queridas, não é obra do acaso, é mesmo erro de fabrico. 

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Caixa de Pandora

     Hoje era dia de arrumações e qual não foi a minha surpresa quando encontrei a caixa que com tanto carinho fizemos para guardar as nossas fotografias, as nossas cartas, o nosso amor. Abri-a com todo o cuidado, como se fosse um tesouro. E na verdade até o é porque o seu preço é incalculável.
     Por cima, estavam as cartas que te escrevi enquanto te pedia desesperadamente que voltasses. Ainda tinham o teu cheiro agarrado a elas. Lia-as enquanto sentia cada lágrima pesar no meu rosto, mas ao mesmo tempo um sorriso submergia do nada sem saber ao certo a sua natureza. Sentia-me tão vazia agora, como se tu é que preenchesses todo o espaço que pertence ao meu coração, e agora esse espaço estava vazio, sem coração e sem ti. Era naquelas cartas, que eu um dia escrevera com tanto cuidado e carregadas de amor, que tinha-mos a nossa vida e o nosso futuro, tudo meticulosamente planeado. 
     As fotografias vêm completar as minhas memórias. Cada uma numa fase diferente mas todas no nosso presente-passado-mais-que-perfeito. Nem sabes como é bom poder voltar a olhar para os teus olhos carregados de alegria, onde eu podia ver toda a tua alma e tudo o que te passava pela cabeça. O teu sorriso estava mais esplendoroso que nunca como se estivesses a viver a melhor fase de toda a tua vida. Até podias estar a vivê-la, mas se estavas porque é que acabaste com ela assim? Espero um dia conseguir perceber isso. Talvez no dia em que os nossos corações se cruzem novamente e as nossas almas se troquem isso aconteça. 

domingo, 11 de julho de 2010

Palavras para ti e para ninguém


     Hoje decidi escrever para ti e para ninguém em particular. O meu coração fez ligação directa à minha boca e deixa as palavras sair sem se preocupar com o peso delas, apenas querendo que elas demonstrem o que realmente se passa dentro dele. Já não importa se elas são demasiados duras ou até mesmo demasiadas cheias de nada, apenas importa que precisam de sair e precisam de mostrar que existem.
     Se num golpe de sorte fores tu a recolher todas as palavras que vão ser deixadas ao vento, espero que as guardes contigo. Mete-as dentro da tua gaiola interior e ordena-as para poderem ficar pela ordem a que estão destinadas. Podes evitar encarar o que elas te querem dizer, mas não podes fugir delas porque uma vez presas, só desaparecem se as apagares e eu sei que tu não tens coragem para isso.
      Espero que elas te façam pensar, mas acima de tudo que te encham o coração e te arrumem a cabeça. Deixa-as tornarem-se as tuas melhores amigas, porque apartir daí conseguirás brincar com elas e ter o poder de confiar nelas de modo a que nunca te atraiçoem como um dia tanto o fizeram em relação a mim.

Tu sabes.


      Com o passar dos anos, o conceito de amizade mudou drasticamente apesar de já ter passado a ser normal conviver com esse novo conceito. Cada vez menos se percebe que existem os conhecidos e os amigos e que são dois núcleos de pessoas muito diferentes. Desde quando é que podemos ir a correr à beira de um conhecido nosso enquanto choramos entre soluços e ele nos ajuda incondicionalmente? Isso não existe. Já com os amigos podemos nem sequer ir ter com eles que eles percebem que algo se passa.
      Sim meu querido, para mim és um amigo. Não porque temos o hi5, o facebook e o msn um do outro e por dizermos Olá e Estás muito giro na fotografia, mas sim porque nos ajudamos um ao outro sem esperarmos nada em troca. Essa é a verdadeira essencia da amizade. E quando digo que nunca me deixaste sozinha é no verdadeiro sentido da palavra. Enquanto hoje em dia se diz amo-te só para ficar bem e mostrar que se é muito popular, nós não somos isso. Somos sinceros e apesar de tudo o que já nos aconteceu, não arredamos pé da vida um do outro, deixando o sentimento enraizado nos nossos corações.
      Não te vou dizer que vamos ser amigos para sempre, porque isso seria estar a ironizar o verdadeiro sentido do sempre, mas posso-te prometer que serás um amigo para toda a vida. Tal como tantas outras vezes já te disse, não te quero perder, mas se perder, não te esqueças que vou estar à tua espera uma vez mais. Amo-te e é tudo o que te sei dizer.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

    Hoje, mais do que nunca, senti a tua falta. Não sei porque, mas aconteceu. Visitaste-me em sonhos, e apartir daí fizeste questão de habitar a minha mente durante todo o dia. Não que eu me importasse, porque não me importo, mas achei estranho. Provavelmente leste-me os pensamentos, e adivinhaste que pretendia arrancar-te do meu coração. Adivinhas-te também que hoje seria o primeiro dia desse duro trabalho.
     Percebi com isto, que tu não queres sair do meu coração apesar de eu já ter saído do teu. Podes-me explicar porque? Preciso mesmo dessa explicação e peço-te que hoje, se me visitares outra vez, ma dês, só para eu poder atar essa ponta solta. Aproveito assim para te avisar, que mesmo que me visites em sonhos, me beijes novamente os lábios enquanto eu durmo e continues a proteger-me como se de uma criança indefesa me tratasse, eu vou-te tirar do meu coração. Não porque queira, mas porque tem de ser.
     Desejo sinceramente que encontres alguém que te volte a envolver e que te faça feliz, tal como desejo a todas as pessoas que mais amo no mundo. Se um dia puder ser de novo a criança indefesa que protegeste, não vou pensar duas vezes.  

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Cada coração, um caso.

      Hoje apercebi-me que ainda me aconchegas o coração. Não por ainda o encheres com o teu amor, mas simplesmente por saber que ainda me desejas. Pode ser infantil e irracional, mas é uma forma de me manter com o coração quente enquanto espero pelo meu próximo amor, aquele que me espera em silêncio e que me procura mesmo sem procurar. Eu sei que ele existe e sei que anda por aí, e quem sabe um dia não me dê de caras com ele num lugar qualquer e aí troquemos de corações na hora. Mas como ainda não me dei de caras com ele e também ainda não trocamos de corações, preciso de viver contigo no coração, só por uns tempos para ele não ficar frio e não me deixe acolher quem me procura sem procurar.
     Em tempos, achava que para viver no coração de alguém, era preciso pedir licença, porque tal como não se entra na casa das outras pessoas sem se pedir, também não se entra nos corações dos outros sem avisar. Mas pensando melhor, para quê avisar se são os outros corações a pedir para que nós os habitemos? O problema, é que às vezes esses mesmo corações que um dia nos quiseram acolher, fartam-se, como qualquer pessoa se pode fartar de outra, e aí corre-nos com sete pedras na mão e ficamos sem saber para onde ir. O pior, é que não sabemos se o nosso coração quererá ficar disponível para acolher um novo residente. Como se diz, cada casa é um caso e portanto cada coração é um caso diferente também.
     Depois de chegar a esta conclusão, é que decidi que te queria continuar a deixar habituar a casa a que te habituaste tão bem. Eu ainda não saí da tua, porque o teu coração insistiu para que eu continuasse a frequentá-la, pelo menos aos fins-de-semana, para manter tudo em ordem e te aquecer o coração. Fiquei surpreendida, mas sabes o que ele me disse quando lhe tentei sacar a verdade? Disse que sou a única que sabe como mantê-lo quente a cada dia que passa, não como as outras que apenas conseguem arrumar a casa e depois saem para férias.

terça-feira, 29 de junho de 2010

O faz de conta


      Cada vez percebo menos porque é que te escrevo este pequeno diário, carregado de memórias e boas intenções, para ti e até mesmo sobre ti. Provavelmente ainda acredito que isto te trará de volta. Mas não, porque tu continuas a tua vida e eu continuo a minha e ao fim de cada dia, em vez de escolher continuar a vivê-la, decido parar para viver, durante uns instantes, o meu passado contigo. Talvez tu prefiras andar com a tua para a frente mas, enquanto não resolveres o que puseste para trás das costas, não sairás do labirinto que construíste à tua volta.
      Sinceramente, gostava de um dia mais tarde poder partilhar contigo todas estas palavras, só para ver a tua reacção. O mais certo seria ficares à toa, sem saber o que fazer e provavelmente não farias nada. Tu percebes as coisas, porque eu sei que sim, apenas preferes fazer de conta que não percebes para não teres de encarar a força das palavras e acumulas tudo o que não queres encarar, formando uma gigante bola que te vai perseguir ao longo desse labirinto, que tu mesmo criaste, até ao fim da tua vida.
      A cada pensamento que transponho para o papel, percebo que tenho muito a dizer mas, nem sempre, existem as palavras correctas para isso. Talvez devido à enormidão que estas carregam ou só porque, simplesmente, ainda não lhes foi atribuído um espaço no dicionário. Prefiro acreditar que a primeira opção é a correcta e aí, juro-te que dou o meu melhor para me desenvencilhar com as palavras de que disponho. Gostava que ao leres estas mesmas palavras ,que estou certa de que nunca te direi, percebesses exactamente o que eu pretendia. Eu sei que tu és bom nisso do faz de conta, mas quando estás sozinho, basta sentires as coisas como o teu coração te manda, e não como a tua mente pede. Só assim vais descobrir o caminho para sair do teu labirinto, esse mesmo que não te deixa alcançar o labirinto de mais ninguém.

domingo, 27 de junho de 2010

História de encantar

Era uma vez uma princesa e um príncipe. É assim que todas as grandes histórias são anunciadas, ou pelo menos de maneira parecida. Mas eu cá prefiro começar a nossa da maneira que ela realmente começou, ou seja, com um simples " Estás bem? ". É estranho sim, mas foi a partir daí que tudo surgiu, lembras-te? Deixou de haver um eu e tu e passou a haver um nós, que iria durar tanto tempo quanto fosse necessário. Demorou o seu tempo até descobrirmos isso, mas todas as grandes descobertas precisaram de ser estudadas antes, nós não íamos ser diferentes meu querido. Agora que me vejo obrigada a transformar as memórias numa história e o presente no passado, percebo que o que nos uniu não foi amor, mas algo que implica sintomas diferentes e que me apercebi que o seu nome não figura no dicionário. Vou-te contar um segredo, mais um aliás, e não o contes a ninguém está bem? Guardei num pequeno livro todas as palavras que me disseste e leio-o de forma incansável todas as noites, antes de adormecer. É como se esse livro te transportasse da minha mente para meu lado, e aí, voltasses a dizer todas essas palavras mais uma vez. Pequenos caprichos de uma eterna apaixonada. É de doidos não achas?

sábado, 26 de junho de 2010

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Dia após dia sinto a tua presença diminuir na minha vida. Secalhar já deixei de acreditar que tinhamos o efeito boomerang de regressar sempre para a vida um do outro ou então é apenas a tua quase ausência a enganar-me. Apesar disto, ainda sinto o coração bater mais depressa de cada vez que me envolves e as nossas memórias permanecem guardadas com amor. Gostava de regressar de novo para a tua vida com o papel que tivera antes, o de actriz principal. Fizemos a mais bonita peça de teatro, mas cá para nós, acho que o fim não foi o mais apropriado e as cortinas fecharam antes que o podessemos corrigir. Será que algum dia teremos oportunidade de recuperar os aplausos perdidos no meio de tantas lágrimas? Talvez e talvez aí sejamos imortais, não aos olhos alheios, mas aos olhos um do outro.

quarta-feira, 23 de junho de 2010


Já está na hora de separarmos os trapos que com tanto amor juntamos. Vai dar trabalho, e vamos perder muitas horas, mas tem de ser. Ao menos durante esse tempo, ainda posso olhar para ti e despedir-me em silêncio. Afasta-te por favor, é errado voltarmos a amarmo-nos novamente naquela mesma cama onde tudo começou, mas o desejo é superior. Tu voltas a beijar-me como se fosse a primeira vez, voltas a tentar conhecer o meu corpo, voltas a fazer de mim a tua mulher. A razão diz-me para parar mas o coração não quer, e o que ele diz é sagrado e impossível de contrariar. Já tinha saudades tuas, do teu cheiro e sabe-se lá mais de quê que seja teu. Mas tal como isto começou aqui, também é aqui que vai acabar porque a minha despedida continua a ser feita, mas desta vez, amando-te só para te manter em mim mais um tempo. É que sabes, eu guardei-te em mim já faz muito tempo e estás guardado na minha caixinha mais especial. Eu sei que também estou guardada numa caixinha em ti, só me falta saber se a vais manter guardada em ti ou a vais meter numa gaveta qualquer que nunca mais voltarás a abrir.

domingo, 20 de junho de 2010


Já está na hora de arrumar o passado. Preciso de fazer a mala com as nossas recordações, apagar o teu cheiro do meu corpo, esquecer o teu toque, arrancar o teu amor do meu coração. Como se mudasse de casa, mas sem saber para onde ir morar a seguir. É esperar dia após dia, do próximo coração que se proponha a me acolher, esperar pelo próximo sorriso que me vai envolver e talvez pelo homem que me possa vir a fazer feliz. Mas uma coisa é de sublinhar, é que eu posso tirar-te de mim e atirar a mala com as nossas recordações para um rio, para que alguém um dia a encontre e transforme a nossa história em palavras, mas nunca deixarás de ser o homem da minha vida. Por mil e uma coisas e até por nadas insignificantes, mas sê-lo-ás para sempre. Até porque não vale de nada esperar pelo homem perfeito, a menos, claro, que o façamos sentadas, porque ele nunca vai aparecer. Qualquer homem tem defeitos, o problema de alguns é que os têm chapados na cara, tal como tu. A perfeição não existe, mas se existisse ia ser muito aborrecida. Já alguma vez te imaginaste sempre a abanar com a cabeça a dizer "Sim, concordo" a tudo o que eu dizia? Pois, nem eu. E juntamente com as memórias a guardar, também vou guardar as nossas discussões por não me dizeres "Sim, concordo" quando tinhas de fazê-lo, e claro que também não me ia esquecer das promessas que fizeste, mesmo sabendo que não as cumpririas. Achas que daremos uma boa história àquela pessoa que nos descubra naquela mala?

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Melhor.


Hoje em dia, as relações passaram a ser apenas superfíciais e muitas vezes sem haver realmente sentimento nelas, graças a deus, minha querida, nós somos de há uns aninhos atrás, quando o amor era verdadeiro e não se dizia 'amo-te' só para se mostrar que se conhecia toda a gente. Sempre foste a minha segurança e a minha força. Sabes, sei de cor todas as palavras que trocamos e lembro-me de cada abraço, de cada sorriso, de cada chamada. Eu não vou estar para aqui a dizer que és a minha vida, nem que sem ti não sou nada, porque tu sabe-lo melhor que ninguém. Já chorei, já caí, já magoei e tu estiveste sempre do meu lado, assim como quando sorri, quando amei e quando ganhei. Hoje em dia, olho para trás e vejo que nós já percorremos tanto caminho juntas e tenho medo que algum dia esse caminho termine, ou que eu tenha de o terminar sem ti. Talvez conseguisse, talvez não, mas o certo é que não seria a mesma coisa. Devo-te o mundo, e talvez mais um bocadinho ainda, por tudo o que me disseste, pelas vezes que te atiraste de cabeça por mim, pelos momentos mais difíceis em não me largaste um minuto. Obrigada, muito obrigada mesmo. Dizer que te amo, é pouco melhor amiga.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Eterno


Vem, não tenhas medo. O mundo espera por nós e temos que o descobrir. Estamos juntos, não precisas de ter medo de nada, não precisas de estar a espreitar sorrateiramente cada esquina atrás do mal. Acredita que por vezes a felicidade existe e vem para ficar. Lembras-te das vezes que pegamos nas cores que já existiam e pintamos os mais bonitos quadros com as novas que inventamos? É dessa liberdade que precisas. Mais uma vez te digo, vem, não tenhas medo. Eu estou aqui, e não te vou deixar. Não, enquanto precisares, porque quando me desejares mas já não precisares de mim aí sim, deixo-te nas mãos a tua vida e deixo-te a explorar os caminhos que precisas de conhecer. Mas para já, ainda sinto a tua urgência em ter-me por perto, por isso vou ficar do teu lado, a dar as minhas opiniões para as tuas escolhas. Vem, não tenhas medo. Vou repetir isto, as vezes necessárias para tu vires e arriscares, sem pensar demais no certo ou errado, no infantil ou adulto, no que deve de ser ou não. Até porque fomos habituados a agir da maneira certa errando, fomos a toda a hora crianças adultas e sempre, mas sempre mesmo, fizemos o que não devíamos porque devia de ser feito. Faz parte da nossa natureza, e irá continuar a fazer porque já não somos dois corpos juntos, somos duas almas conjugadas.

segunda-feira, 14 de junho de 2010


Amo-te por hoje, por ontem e por amanha. Amo-te desde as tuas mais sinceras palavras de amor, até às discussões mais intensas. Amo-te por seres quem és e por fazeres de mim quem sou. Desde o primeiro momento em que olhaste para mim, com esses olhos que nem sei classificar ao certo, mas que me envolvem por completo, que surgiu algo que não se traduz por palavras. (Há quem lhe chame química, há quem lhe chame paixão, mas são nomes tão vulgares que prefiro não lhe chamar nada) E era esse sentimento que fazia com que o desejo falasse mais alto de cada vez que apenas existíamos nós. Cada centímetro do meu corpo já não era novidade para ti, conhecia-lo melhor que ninguém, mas sempre que me agarravas e o percorrias era como se fosse a primeira vez. Ainda hoje, as palavras não fazem falta, basta agir. Gostava de te manter em mim para sempre. Será que podes voltar a conjugar o verbo amar comigo, como um dia me ensinaste?

quarta-feira, 9 de junho de 2010

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A cada dia que passa, mais são as vezes que chamo por ti em silêncio. Hoje dei por mim a relembrar aqueles nossos momentos, que ninguém sabe sequer que existiram. As lágrimas corriam pelo meu rosto, e na minha cabeça ecoavam as palavras que me dizias. Sabes o que encontrei nessa caixinha de recordações a que recorri? Os nossos planos. Sim, aqueles que nos juntavam por muito, muito tempo. Não era para sempre, mas sim para depois disso, porque o sempre para nós não chegava. Pelos vistos, isso é um dos sonhos que tu levaste contigo. Ainda tenho o teu cheiro agarrado a mim mas já não sinto a tua presença. Quem me dera que voltasses durante a noite para me abraçares e me dizeres vezes sem conta que me amas. É que as tuas visitas em sonhos não chegam, eu preciso do teu toque, esse mesmo toque que já conhece o meu corpo como se sempre tivesse morado nele. Secalhar já estou a pedir de mais não é? Mas só mais uma coisa... Espero um dia voltar a conjugar o verbo amar, contigo, no presente, mas até lá, limito-me a esperar.

domingo, 6 de junho de 2010

Deitas tudo a perder assim? Tudo bem, apenas te tenho a dizer que vou ter saudades. Saudades dos abraços que tu me davas, das nossas conversas, das vezes todas que foste a ÚNICA pessoa que me conseguiu fazer sorrir. Tu sabes perfeitamente que te considero das melhores pessoas do mundo, não queres é ver isso. Talvez tenha exigido demais de ti, mas não o terás tu feito comigo também? Já agora, alguma vez estiveste disposto a cumprir as promessas que me fazias? É que eu sim e tentei, tu é que não aguentaste tanta responsabilidade secalhar. Agora sei que já não há nada a fazer e sei também que amizade como a nossa não vou encontrar mais. Não vou ter quem me ponha os olhos a brilhar com tanto orgulho, não vou ter quem tenha as palavras certas para mim quando tudo está errado, não vou ter quem simplesmente me limpe as lágrimas e partilhe toda a força que tem comigo. Quando te disse que eras eterno, é porque eras mesmo B*.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Até um dia


Já a noite ia longa e as nossas pegadas marcavam o imenso areal. As ondas batiam contas as rochas numa melodia certa e ritmada, enquanto tu te limitavas a abraçar-me como nunca o fizeras antes. Sempre soube que deixar partir os que mais amamos é difícil, mas tu já não amavas ninguém. Podias gostar de mim, mas não me amavas. Quando te olhei nos olhos e te pedi que me dissesses o que realmente sentias, tu apenas me contemplaste com um “não sei”. Senti o mundo desabar debaixo dos meus pés e a seguridade a que me habituaste nos últimos meses, desapareceu toda numa fracção de segundos. As lágrimas corriam umas atrás das outras, qual menina perdida no meio da multidão. Tu pedias-me para ter calma, “mas calma para quê se acabaste de destruir o meu maior investimento? Se acabaste de me levar o coração? Não é justo” era o que mais ecoava na minha cabeça. Quando finalmente tiveste um pico de coragem, envolveste-me nos teus braços, que já tantas vezes me tinham acolhido, mas desta, seria a última vez. Acabas-te a pedir-me desculpa, e desta feita, beijaste-me a testa e desapareceste no escuro, coberto de vergonha e arrependimento. Nesse mesmo momento, o mar revoltou-se e a melodia que uns minutos antes ainda me envolvia, tornara-se assustadora. Depois dessa noite? Aprendi a viver, não da maneira que me ensinaste, mas da maneira que me impuseram. Até um dia.

sábado, 29 de maio de 2010

até logo

Os dias passam e já começo a sentir a tua ausência, mesmo continuando a ter-te comigo. Nunca gostei de sofrer por antecipação mas desta vez talvez seja apenas um modo de preparação para o que está para vir. Vou sentir falta do sorriso que a cada dia mexia todos os meus sentidos mas sobretudo, falta dos abraços que me protegiam e me deixavam a sonhar durante horas. Sonhar, isso mesmo. É o que já faço há muito, muito tempo. Já me considero uma coleccionadora de sonhos, porque a minha vida que ainda está ligada a ti, surgiu das nossas memórias e apenas existe na minha cabeça. Gostava de um dia partilhar essa vida contigo, deixas?

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Regressar a casa

E se hoje eu te pedisse de novo que te abraçasses a mim, me dissesses que me amavas? Serias capaz de fingir outra vez? Brincas com os sentimentos dos outros como uma criança brinca com uma bola, foste abençoado com esse dom e sabes tirar o proveito, não fosses tu um homem com H grande. Para ti as palavras eram a maneira mais eficaz de demonstrar amor eterno e a cama de satisfazer o teu deleite mais absoluto, qual animal selvagem sedento de prazer. Foste capaz das maiores atrocidades só para demonstrares que me amavas, mas pelos vistos tratava-se apenas de uma demonstração. Tinha tanto amor para dar e escolhi-te a ti, feliz contemplado, que me recebeste de braços abertos e tiraste o máximo proveito, mas que mais tarde, quando te fartaste, fizeste como todos os outros que me receberam dessa mesma forma e deixaste-me, levando tudo o que me conseguiste tirar. E o meu coração foi contigo e em mim apenas deixas-te uma carrada de cicatrizes que insistem em não sarar relembrando cada noite de loucura e cada dia de paixão. Se um dia me pudesses trazer o que me tiraste agradecia, mesmo que o meu coração venha carregado de feridas e memórias, eu estou disposta a recebe-lo esperando alguém que trate dele.
O nosso coração é só um, apenas vai e vem conforme as pessoas entram e saem das nossas vidas, regressando sempre com as feridas com que nos deixou. Também não podemos esperar que alguém o cure por nós, muito menos a mesma pessoa que um dia o maltratou e o feriu. Sabes, o teu cheiro ainda está agarrado à minha pele e o teu toque ainda percorre o meu corpo. Será que é o teu espírito que durante a noite faz questão de regressar a casa? Ao menos sabes que se quiseres regressar a casa só o poderás fazer em sonhos, porque desta vez a minha porta fechou-se para ti de vez e não, não tens mais um lugar na minha cama, a mesma cama que milhares de vezes habitas-te mas que um dia irá ser ocupada por alguém que não goste de fazer demonstrações, mas sim alguém que goste de amar.

domingo, 16 de maio de 2010

Lutar contra a maré

As saudades chegaram, e agora? Preciso de respostas mas elas não existem ou então não estão correctas e ainda por cima já não me resta tempo. Sinto a vida a passar por mim a uma velocidade alucinante e eu permaneço aqui, parada, à espera que o passado não tenha passado e volte em bruto com tudo o que ele tinha. Mas para quê? Para viver a sonhar e a tentar acreditar no que nem tu acreditavas? Isso não é vida para ninguém, excepto para mim. Não percebes que a minha vida ainda és tu e ainda percebes menos que ainda és tu que tens o meu coração. Ele pertence-te e ninguém consegue recuperá-lo por mais que eu queira e que ele precise. Sinto o som das ondas do mar a envolver-me numa melodia acertada e quase perfeita e os meus olhos transbordam de recordações que tu criaste. Só tu, tu, tu e então eu? E os meus sonhos? O passado tem que ficar onde aconteceu e não onde acha que faz falta. Mais uma vez vejo os casais apaixonados e de mãos dadas, com uma cumplicidade nos olhares que eu só tive a sorte de sentir contigo. Sempre que me apertavas a mão com força era como se eu me sentisse protegida e sentia mesmo que de ti ninguém me tirava, mas afinal de contas foste tu que me largaste. O sol começa a esconder-se e a brisa do mar começa a esbofetear-me, como se eu tivesse culpa de estar carregada de memórias e ainda viver presa no meu passado e as lágrimas persistem cada vez mais em cair. Estou sozinha, tenho medo! Em silêncio chamo por ti, mas tu não me ouves, ou então não me queres ouvir. Sempre me guardaste de todos os meus medos, não faz sentido agora deixares-me aqui, sozinha, sem saber o que fazer. Já não sinto os olhos, tenho os lábios secos e a minha voz já não se faz ouvir, perdi as forças e os sentidos. Deixei de lutar contra a maré e conformei-me. 

sábado, 15 de maio de 2010

Se queres gritar, grita. Se queres chorar, chora. Se queres perder o controlo, perde e não te preocupes com mais nada. Mostra que és humana e não és de ferro, que sofres e precisas do que amas. Eu já o fiz, mas não me trouxe nada de volta nem de novo. Mas eu já cai no abismo, tu talvez ainda sejas uma sobrevivente. Agarra-te a tudo o que tens porque não há nada pior do que perder a vontade de lutar contra a maré e deixar-se envolver por cada gota de água num sofrimento sem fim. Não existes, grita. Grita as vezes que for preciso, chama pelo nome de quem desejas contigo, talvez esse alguém te ouça e sinta a tua urgência, grita até ficares sem voz, mas grita. O amanhã só existe para quem já ultrapassou o hoje, caso contrário será apenas a continuação. Estás a sentir as lágrimas percorrer o teu rosto? Então não as traves, deixa-as correr em direcção ao seu destino. Elas sabem para onde vão e nunca esquecerão de onde e porque vêm. Sentir-te-ás mais aliviada depois de as deixares seguir o seu caminho. Se queres gritar, chorar e perder o controlo, então grita, chora e perde-o mas nunca desistas, tal como eu.