Quero-te, mas não te quero. Preciso de ti, mas faço por não precisar. Não vivo sem ti, mas sobrevivo. Nem sequer choro por ti, mas sim por mim. Por ver os dias a passar (e cada vez mais devagar) e não conseguir fazer nada para mudar o sentido do vento, o brilho do sol ou lá o que seja. Não sei se é de mim, se de que é, mas quando eras tu que mudavas o mundo comigo, era tudo natural, tudo tão simples. Agora? Agora nada muda e das duas uma, ou eu parei ou parou o mundo. E isso soa-me tão estranho como se de repente tivesse mudado de dimensão e tudo à minha volta estivesse morto, sem vida, sem cor. Bem, pelos vistos o problema não está no mundo nem nos outros, está mesmo em mim. Em mim e na minha estúpida mania de me tornar depende do amor que me dão. Sou toxicodependente, mas não é de drogas, é de amor. Se acham que não é tão duro, enganam-se, porque a dureza das coisas está nas pessoas que as encaram, e eu quanto a força deixo muito a desejar. Já ouvi falar muita gente sobre desistir de si própria, nunca soube o que isso era, nem sei os sintomas dessa doença. Mas começo a achar que não tem sintomas e chega com pézinhos de lã, como quem não quer a coisa, e instala-se sem dar-mos conta. Isto porque eu olho para essas pessoas, e revejo-me a mim. Como um espelho da alma que reflecte tudo para o exterior. Só mais uma coisa antes de me ir embora. Caso alguém saiba ao certo como tratar disto, é favor dizer. Preciso de voltar a ter a velocidade dos dias na minha mão, a direcção do vento na minha pele e o brilho do sol no meu coração. Obrigada.
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